1. (FUVEST) Indique a alternativa que se refere corretamente ao protagonista de
Memórias de um Sargento de Milícias, de Manuel Antônio de Almeida:
a)
Nele, como também em personagens menores, há o contínuo e divertido
esforço de driblar o acaso das condições adversas e a avidez de gozar os
intervalos da boa sorte.
b) Este herói de folhetim se dá a
conhecer sobretudo nos diálogos, nos quais revela ao mesmo tempo a
malícia aprendida nas ruas e o idealismo romântico que busca ocultar.
c) A personalidade assumida de sátiro é a máscara de seu fundo lírico,
genuinamente puro, a ilustrar a tese da "bondade natural", adotada pelo
autor.
d) Enquanto cínico, calcula friamente o carreirismo
matrimonial; mas o sujeito moral sempre emerge, condenado o prõprio
cinismo ao inferno da culpa, do remorso e da expiação.
e) Ele é uma
espécie de barro vital, ainda amorfo, a que o prazer e o medo vão
mostrando os caminhos a seguir, até sua transformação final em símbolo
sublimado.
2. (UFRS-RS) Leia o texto abaixo, extraído do romance
Memórias de um Sargento de Milícias, de Manuel Antônio de Almeida.
“
Desta vez porém Luizinha e Leonardo, não é dizer que
vieram de braço, como este último tinha querido quando foram para o
Campo, foram mais adiante do que isso, vieram de mãos dadas muito
familiar e ingenuamente. E ingenuamente não sabemos se se poderá aplicar
com razão ao Leonardo.”
Considere as afirmações abaixo sobre o comentário feito em relação à palavra ingenuamente na última frase do texto:
I. O narrador aponta para a ingenuidade da personagem frente à vida e às experiências desconhecidas do primeiro amor.
II. O narrador, por saber quem é Leonardo, põe em dúvida o caráter da personagem e as suas intenções.
III. O narrador acentua o tom irônico que caracteriza o romance.
Quais estão corretas?
a) Apenas I
b) Apenas II
c) Apenas III
d) Apenas II e III
e) I, II e III
3. (FUVEST)
Sua
história tem pouca coisa de notável. Fora Leonardo algibebe¹ em Lisboa,
sua pátria; aborrecera-se porém do negócio, e viera ao Brasil. aqui
chegando, não se sabe por proteção de quem, alcançou o emprego de que o
vemos empossado, o que exercia, como dissemos, desde tempos remotos. Mas
viera com ele no mesmo navio, não sei fazer o quê, uma certa Maria de
hortaliça, quitandeira das praças de Lisboa, saloia² rechonchuda e
bonitona. O Leonardo, fazendo-se-lhe justiça, não era nesse tempo de sua
mocidade mal apessoado, e sobretudo era maganão³. Ao sair do Tejo,
estando a Maria encostada à borda do navio, o Leonardo fingiu que
passava distraído junto dela, e com o ferrado sapatão assentou-lhe uma
valente pisadela no pé direito. A Maria, como se já esperasse por
aquilo, sorriu-se como envergonhada do gracejo, e deu-lhe também em ar
de disfarce um tremando beliscão nas costas da mão esquerda. Era isto
uma declaração em forma, segundo os usos da terra: levaram o resto do
dia de namoro cerrado; ao anoitecer passou-se a mesma cena de pisadela e
beliscão, com a diferença d serem desta vez um pouco mais fortes; e no
dia seguinte estavam os dois amantes tão extremosos e familiares, que
pareciam sê-lo de muitos anos. (Manuel Antônio de Almeida,
Memórias de um sargento de milícias)
Glossário:
1algibebe: mascate, vendedor ambulante.
2 saloia: aldeã das imediações de Lisboa.
3maganão: brincalhão, jovial, divertido.
Neste excerto, o modo pelo qual é relatado o início do relacionamento entre Leonardo e Maria
a) manifesta os sentimentos antilusitanos do autor, que enfatiza a
grosseria dos portugueses em oposição ao refinamento dos brasileiros.
b) revela os preconceitos sociais do autor, que retrata de maneira
cômica as classes populares, mas de maneiras respeitosa a aristocracia e
o clero.
c) reduz as relações amorosas a seus aspetos sexuais e fisiológicos, conforme os ditames do Naturalismo.
d) opõe-se ao tratamento idealizante e sentimental das relações amorosas, dominante do Romantismo.
e) evidencia a brutalidade das relações inter-raciais, própria do contexto colonial escravista.
4. (FUVEST)
Sua
história tem pouca coisa de notável. Fora Leonardo algibebe¹ em Lisboa,
sua pátria; aborrecera-se porém do negócio, e viera ao Brasil. aqui
chegando, não se sabe por proteção de quem, alcançou o emprego de que o
vemos empossado, o que exercia, como dissemos, desde tempos remotos. Mas
viera com ele no mesmo navio, não sei fazer o quê, uma certa Maria de
hortaliça, quitandeira das praças de Lisboa, saloia² rechonchuda e
bonitona. O Leonardo, fazendo-se-lhe justiça, não era nesse tempo de sua
mocidade mal apessoado, e sobretudo era maganão³. Ao sair do Tejo,
estando a Maria encostada à borda do navio, o Leonardo fingiu que
passava distraído junto dela, e com o ferrado sapatão assentou-lhe uma
valente pisadela no pé direito. A Maria, como se já esperasse por
aquilo, sorriu-se como envergonhada do gracejo, e deu-lhe também em ar
de disfarce um tremando beliscão nas costas da mão esquerda. Era isto
uma declaração em forma, segundo os usos da terra: levaram o resto do
dia de namoro cerrado; ao anoitecer passou-se a mesma cena de pisadela e
beliscão, com a diferença d serem desta vez um pouco mais fortes; e no
dia seguinte estavam os dois amantes tão extremosos e familiares, que
pareciam sê-lo de muitos anos. (Manuel Antônio de Almeida,
Memórias de um sargento de milícias)
Glossário:
1algibebe: mascate, vendedor ambulante.
2saloia: aldeã das imediações de Lisboa.
3maganão: brincalhão, jovial, divertido.
No excerto, o narrador incorpora elementos da linguagem usada pela maioria das personagens da obra, como se verifica em:
a) aborrecera-se porém do negócio.
b) do que o vemos empossado.
c) rechonchuda e bonitona.
d) envergonhada do gracejo.
e) amantes tão extremosos.
5. (FUVEST)
Sua
história tem pouca coisa de notável. Fora Leonardo algibebe¹ em Lisboa,
sua pátria; aborrecera-se porém do negócio, e viera ao Brasil. aqui
chegando, não se sabe por proteção de quem, alcançou o emprego de que o
vemos empossado, o que exercia, como dissemos, desde tempos remotos. Mas
viera com ele no mesmo navio, não sei fazer o quê, uma certa Maria de
hortaliça, quitandeira das praças de Lisboa, saloia² rechonchuda e
bonitona. O Leonardo, fazendo-se-lhe justiça, não era nesse tempo de sua
mocidade mal apessoado, e sobretudo era maganão³. Ao sair do Tejo,
estando a Maria encostada à borda do navio, o Leonardo fingiu que
passava distraído junto dela, e com o ferrado sapatão assentou-lhe uma
valente pisadela no pé direito. A Maria, como se já esperasse por
aquilo, sorriu-se como envergonhada do gracejo, e deu-lhe também em ar
de disfarce um tremando beliscão nas costas da mão esquerda. Era isto
uma declaração em forma, segundo os usos da terra: levaram o resto do
dia de namoro cerrado; ao anoitecer passou-se a mesma cena de pisadela e
beliscão, com a diferença d serem desta vez um pouco mais fortes; e no
dia seguinte estavam os dois amantes tão extremosos e familiares, que
pareciam sê-lo de muitos anos. (Manuel Antônio de Almeida,
Memórias de um sargento de milícias)
Glossário:
¹
algibebe: mascate, vendedor ambulante.
²
saloia: aldeã das imediações de Lisboa.
³
maganão: brincalhão, jovial, divertido.
No excerto, as personagens manifestam uma característica que também estará presente na personagem
Macunaíma. Essa característica é a:
a) disposição permanentemente alegre e bem-humorada.
b) discrepância entre a condição social humilde e a complexidade psicológica.
c) busca da satisfação imediata dos desejos.
d) mistura das raças formadoras da identidade nacional brasileira.
e) oposição entre o físico harmonioso e o comportamento agressivo.